Respeito e admiro a filosofia de Policiamento Comunitário, mas aquela idéia original proposta pelo Comissário Arthur Woods, em Nova Iorque à partir de 1914, que nas palavras de Skolnick e Bayley:
"A brilhante idéia por ele sugerida, expressa em uma série de conferências na Universidade de Yale, era incutir nas camadas rasas do policiamento uma percepção da importância social, da dignidade e do valor público do trabalho do policial. Ele estava convencido de que um público esclarecido beneficiaria a polícia de duas maneiras: o público ganharia um respeito maior pelo trabalho policial se os cidadãos entendessem as complexidades, as dificuldades e o significado dos deveres do policial; e, através dessa compreensão, o público estaria disposto a promover recompensas pelo desempenho policial consciente e eficaz."
No Brasil, infelizmente, pela estrutura político/administrativa que temos, além dos diversos problemas sociais que vivenciamos, não acredito no desenvolvimento sério e duradouro de projetos para a implementação da polícia comunitária.
Não há o respeito mútuo entre polícia e comunidade. Esta não compreende as complexidades do trabalho policial e aquela não tem meios de ajudar e cooperar de forma decisiva para a redução da criminalidade.
Como posso falar em polícia comunitária se a única presença do Estado, na maioria dos bairros pobres de nossas grandes cidades, é exercida pela própria polícia, tendo que realizar tanto a prevenção como a repressão? Como pode uma conversa amigável de um PM com um morador de um desses bairros inibir a propagação da violência, se não há escolas, postos de saúde, locais para a prática esportiva, cursos profissionalizantes, empregos, saneamento básico, etc.?
Será a polícia a única solução para a problemática da segurança pública no Brasil ou está servindo apenas como palanque político, apoiando-se na escalada da violência em nosso país?
6 comentários:
A Polícia é PREVENTIVA, REPRESSIVA E "COMUNITÁRIA".o equilibrio é fundamental, não se pode priorizar a repressão ou a prevenção, mais devemos concordar que em certos TO(teatro de Operações), faz-se necessário a repressão, e a PM tem que ter uma tropa especializada para o combate direto com os meliantes, uma tropa treinada,e somente com um objetivo "CUMPRIR A MISSÃO".
Só se investindo mais em educação e qualidade de vida a violência irá diminuir.Pessoas conscientes do seu papel na sociedade sempre irão pensar duas vezes em agredir,matar ou roubar alguém.Aí sim entra a policia comunitária,pois vão lidar com verdadeiros cidadãos e não com analfabetos(não só os que não são letrados,mas os analfabetos politicos também)que são a maioria neste país.
Sou Major PM no estado do Pará.
Posso falar um pouco da minha experiência: depois de assumir o comando da 18a. Zona de Policiamento (correspondente ao município de Marituba, na região metropolitana de Belém) começamos a reunir rotineiramente com associações de bairro e comerciais.
Posso concluir que apesar da polícia não "resolver" todos os problemas que afligem a população, ouvir o cidadão é fundamental. Ele se sente respeitado e retribui repassando informações fundamentais para a implantação do policiamento (muitas informações que não estão disponíveis nas estatísticas policiais).
É claro que um amplo trabalho de ampliação da rede social, de saúde e lazer seria importante para a população, mas mesmo sem essa ampliação, trabalho não falta para a PM na área de polícia comunitária. Temos experimentado e confirmado resultados na prevenção e repressão ao crime e à violência, inclusive com redução nos índices de criminalidade, além da população reagir elogiosamente a ação da PM desde o início deste trabalho.
Saudações! Sou Wender Pereira Sd 2ªCl PM da PMMG, devido o pouco tempo de ingresso nessa gloriosa instituição talves meus comentários possam não fazer diferença, mas gostaria de dixar minha opinião a respeito da filosofia de policia comunitária, tendo em vista que já estou prestes a concluir meu cursso Técnico em Segurança Pública, e que tenho tido ótimas aulas de policiamento comunitário as quais me levaram a acreditar que é possível sim implantar essa filosofia no policiamento brasileiro em qualquer lugar do Brasil, para isso basta entender uma coisa: Que Polícia Comunitária não se implata e se tem resultados da noite pro dia com se planeja e pratica uma operação repreciva, isso se faz como um investimento a longo praso.
Digo mais, independentemente da estrutura político/administrativa do Brasil precisamos acreditar que quem faz a mudança é quem está a frente e acretita no seu potencial trabalhando de uma forma convincente perante a comunidade e levando o conhecimento político à comunidade esclarecendo-a do poder participativo que ela possui para poder mudar o problema político/Administrativo, e assim poder ajudar a polícia de forma organisada nos mais diversos sentidos. Uma vez convencida de que a polícia está intereçada a ajudá-la independente dos problemas sociais, de lazer, infraestrutura, educação, a comunidade terá confiança na polícia e a verá como uma polícia amiga então essa passará a ajudá-la e assim será mais facil ministrar palestras com o intuito de convencer os jóvens e adolecentes a sair do mundo das drogas, com isso a médio ou curto praso a polícia terá menos trabalho de repreção e grande retorno colaborativo alem de confiança da comunidade. Defendo minhas opiniões com base nas minhas aulas ministradas pelo Senhor Maj Helton o qual possui uma vasta esperiência sobre Polícia Comunitária este trabalha a vários anos fasendo Policia Comuitária e já obteve muito suscesso.(Policia Comuitária é pocivel.)
No Brasil é urgente a desmilitarização das policiais militares, sob pena de que este projeto : "Policiamento Comunitário", naufrague. Em um país em que as PMs, não passam de joguete nas mãos de políticos eleitoreiros e oficiais que não passam de: "paus mandados", preocupados unica e exclusivamente com seus cargos, projetos como este não chegarão a lugar nenhum. A pergunta a ser feita é : "Como pode um ser doente, tentar levar a cura a sociedade enferma ?"
Desmilitarização não é a saída. os EUa já querem a militarização de suas polícias. Já existe projeto para isso lá. tal projeto leva em conta o modelo brasileiro.Devo destacar ainda que militarismo existe em qualquer empresa, privada pública, etc, só que com outro nome, pois estas têm seus níveis hierárquicos , regras, normas internas como no militarismo. Há ainda instituições policiais que adotam o modelo antigo de exército para as atividades policiais e sua organização. Bom exemplo disso são os treinamentos e formações realizados em algumas polícias militares. São extremanete voltadas para a atividade de exército, ou seja de COMBATE, tanto que o militar,soldado,cabo, sargento e outros recembem a designação de combatente. EX Sd Combatente Fulano. Aí sim, desenvolver atividades comunitárias neste contexto se torna um pouco difícil, mas não impossível. Devo lembrar por fim, que polícia comunitária não se desenvolve apenas com uma conversa amigável entre policial e cidadão, é muito mais do que isso.
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