BOAS-VINDAS

É uma grande alegria receber a sua visita. Tenho o real desejo de tornar este blog um espaço onde possamos discutir, de forma aberta e sincera, assuntos de interesse profissional para todos aqueles que participam da guerra diária contra a criminalidade e a violência.
As opiniões e comentários serão de essencial importância para o sucesso deste espaço de discussões.

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

REPRESENTATIVIDADE

Em 21 de abril de 2009, quando ainda não se falava na possibilidade de eleger um policial militar para a Assembleia Legislativa do Ceará, eu, através de artigo intitulado CAMPANHA PELA REPRESENTATIVIDADE DA PMCE, iniciei um movimento de conscientização para a importância do assunto.

Vários policiais (para alguns já é um costume a cada dois anos) se candidataram, como legítimos representantes da classe, para os cargos de Deputado Estadual e de Deputado Federal; entretanto apenas dois mostraram-se realmente decididos e com coragem para enfrentar o duro e complicado sistema político cearense: Maj. Adrianizio (Dep. Federal) e Cap. Wagner Sousa (Dep. Estadual).

O Capitão Wagner Sousa foi a grande surpresa nesta eleição. Tendo obtido mais de 28.000 votos, muito mais do que alguns deputados eleitos, só ficou de fora por conta do quociente eleitoral. Superou, inclusive, nomes de peso em sua coligação.

Observei que os integrantes da PMCE realizaram um verdadeiro mutirão de apoio ao companheiro, inédito em nossa história, que só não obteve êxito por culpa, sem medo de errar, de alguns outros candidatos da PMCE, meros oportunistas.

Esperamos que na outra vez estes candidatos de menos de mil votos tenham vergonha na cara e, ao invés de ficar atrapalhando, somem esforços pelo bem dos policiais militares cearenses.

Parabéns Cap. Wagner Sousa. Parabéns policiais militares cearenses.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

TIRO EM SECO

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A maneira mais simples e barata de treinar

Infelizmente, nas corporações policiais brasileiras há uma enorme carência no que diz respeito aos treinamentos práticos de procedimentos operacionais. Técnicas de abordagem, imobilizações e conduções, atuações em áreas de risco, pilotagem operacional e, principalmente, utilização das armas de fogo, não recebem a devida atenção. A grande maioria dos policiais brasileiros chega a passar vários anos sem realizar qualquer tipo de treinamento.

No que diz respeito ao treinamento de tiro, matéria de maior importância entre todas, várias são as desculpas para não realizá-los, com maior constância: carência de munições (preço elevado), ausência de locais adequados, escassez de tempo, etc. Entretanto, considerando a arma de fogo como a principal ferramenta de trabalho do policial, onde o uso incorreto trará riscos à vida de pessoas inocentes e até mesmo a do próprio policial, é uma imensa responsabilidade apresentar qualquer tipo de desculpa para eximir-se da realização dos necessários treinos.

A grande maioria dos policiais brasileiros, inclusive importantes instrutores, acreditam que para a realização de um bom treinamento é imprescindível a execução de tiros reais em um estande ou campo de tiro, esquecendo-se, muitas vezes, da importância que é o rigoroso treinamento em ações de manejo de suas armas, tais como: saque, procedimentos de recarga, resolução de panes, posturas adequadas e outros manejos próprios para cada tipo de arma utilizada. Alerto: o tiro policial é completamente diferente do tiro esportivo.

Em meus cursos de tiro policial, tenho por costume só levar os alunos ao estande depois de várias horas de intenso treinamento no manejo das armas; vários procedimentos chegam a ser repetidos centenas de vezes, onde espero criar uma “memória muscular” para cada uma das ações treinadas. Esta será de extrema importância quando o policial estiver enfrentando uma situação real e arriscada de confronto armado.

Outro fator negativo para os policiais é sempre esperar pela iniciativa das corporações para a realização de cursos e treinamentos. Poucos são aqueles que se preocupam, por conta própria, na realização de treinamentos para o aprimoramento de suas técnicas e táticas.

Face a toda esta problemática, apresento, com este artigo, um método de treinamento eficiente e prático, onde o policial não poderá dar as velhas desculpas de sempre para não realizar os seus treinamentos: falta de dinheiro, pouco tempo disponível e ausência de local adequado. Bastará ter um pouco de interesse e boa vontade.

Nas palavras do policial espanhol Ernesto Pérez Vera, instrutor de tiro policial defensivo, colaborar de diversas publicações técnicas e especializadas sobre armas de fogo e tiro policial e autor do blog Tiro Policial-Reactivo-Defensivo:

"Sería conveniente el uso periódico de este tipo de entrenamiento tanto a nivel oficial como dentro del ámbito privado del agente. Esto aportará mucha soltura y eficacia en las manipulaciones del arma. Ni que decir tiene, que todas aquellas manipulaciones en seco que realicemos, se deben efectuar con la misma arma que usamos para el trabajo o para nuestra defensa, cumpliendo con lo que dice aquella máxima: “ENTRENA COMO TRABAJAS Y TRABAJARAS COMO ENTRENAS”. Ello llevará al tirador a crear hábitos dactilares y memoria muscular. La mencionada memoria muscular, hará que realicemos todas las operaciones en seco con tal rapidez y eficacia que cuando se presente la ocasión de repetirlas con fuego real, seremos infinitamente más seguros mental y tácticamente."


O Tiro em Seco como método de treinamento.

Inicialmente, é importante conceituarmos Tiro em Seco como aquele tipo de treinamento onde os manejos e operações da arma de fogo são realizados com ela sem munição e sem ser necessária a execução do tiro real (com munição). A principal finalidade deste treinamento é fazer com que o policial adquira destreza, habilidade e confiança na utilização de sua arma.

Para o policial interessado em realizar este tipo de treinamento, alguns cuidados básicos devem ser observados:

Local – Qualquer lugar na casa do policial ou em seu ambiente de trabalho pode servir para o treinamento. Entretanto é importante que o policial esteja sozinho ou acompanhado por outros que realizam o mesmo tipo de treinamento. Não realize este treinamento em locais públicos ou de fácil acesso a outras pessoas, evitando-se gerar um clima de medo ou desconfiança.

Arma – É importante que o policial treine com as mesmas armas que utiliza em suas atividades profissionais e em sua vida privada.

Munição – Toda munição, por medida de segurança, deverá estar em um outro local daquele em que está sendo realizado o treinamento, ou, se no mesmo ambiente, em um local que dificulte o acesso imediato (trancada em um armário ou gaveta). Poderão ser utilizadas munições de manejo (munição inerte).

Segurança – O policial não deverá utilizar a arma para brincadeiras e jamais irá apontá-la para si mesmo (a não ser o seu próprio reflexo em um espelho) ou outra pessoa. Na utilização da arma para treinamento de simulações com outras pessoas, ela deverá estar devidamente inspecionada e lacrada.

O segredo neste método de treinamento está em realizar uma grande quantidade de repetições corretas de um mesmo tipo de movimento (ação/reação), estabelecendo-se a já citada “memória muscular”.

Diversos tipos de exercícios podem ser realizados, tais como:

- Manejo do mecanismo de repetição (ferrolho);

- Troca de carregador (recarga);

- Saque e coldreamento;

- Transição de armas;

- Tomada de posições;

- Solução de panes;

- Manejo com uma só mão; etc.

Os variados tipos de exercícios de Tiro em Seco também podem ser aproveitados para a realização do treinamento cotidiano do efetivo que vai entrar em seu turno de serviço. Para isso, basta que um oficial ou graduado com conhecimentos técnicos adequados sobre armas e tiro, atentando rigorosamente para as normas de segurança, durante a tradicional preleção (briefing) ao efetivo de serviço, disponha de uns quinze minutos para a realização da repetição de alguns exercícios.

Em breve terei um vídeo demonstrativo disponível aos interessados.

INVASÃO DE PRIVACIDADE?

Analisando um pouco a questão das câmeras de vídeo instaladas no interior das viaturas da Polícia Militar do Ceará, onde, iclusive, alguns policiais já foram punidos por terem sido flagrados dormindo durante o turno de serviço; deixo para análise, ou para servir como mais uma gota de inutilidade no oceano de besteiras em que estamos navegando, o seguinte questionamento:

Até onde o direito de fiscalizar do Estado não invade a privacidade das pessoas, podendo vir a gerar maléficos danos morais aos seus servidores?

terça-feira, 26 de outubro de 2010