BOAS-VINDAS

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

IMBEL MD-97

Há poucos dias, durante um treinamento de tiro com o efetivo do BPCHOQUE, duas MD-97 IMBEL literalmente explodiram, causando, inclusive, ferimentos nos atiradores.

Considerando que já corriam rumores de diversos acidentes e incidentes com esta arma em sua utilização pela Força Nacional de Segurança Pública, procurei o representante da IMBEL para tentar buscar uma explicação. Fui informado que técnicos da empresa estariam vindo ao Ceará para uma análise detalhada das armas, bem como da munição que estava sendo utilizada.


Vamos aguardar os resultados, pois é essencial que tenhamos segurança para trabalhar com uma arma confiável e não com uma bomba que a qualquer momento pode explodir em nossa cara. Eu mesmo vinha trabalhando com uma MD-97, como pode ser visto em uma das fotos à direita, mas, depois disto, já voltei para MT-40 "velha de guerra".

O mais incrível de tudo é que, apesar destas deficiências, o Exército Brasileiro não tem autorizado a aquisição de armamentos importados por parte das polícias estaduais.







LETALIDADE POLICIAL

As ocorrências de confrontos armados entre policiais e bandidos têm sido muito mais frequentes aqui no Brasil, o que gerou um aumento na quantidade de policiais assassinados no desempenho de suas atividades profissionais.

Muito se tem falado sobre "Letalidade Policial", mas, infelizmente, na maioria dos estudos, as forças policiais são colocadas como agente ativo desta letalidade (o policial como assassino). São raras as pesquisas sobre a morte de policiais em serviço ou em função desta atividade.

Em uma rápida busca na internet, podemos achar facilmente diversos estudos e pesquisas sobre a "Letalidade da Ação Policial". Exemplo é a que foi produzida em 2009 pela ONG Anistia Internacional sobre a violência policial e a violência urbana no Brasil moderno: Lethal Force: Police Violence and Publica Security in Rio de Janeiro and São Paulo.

Informações e dados confiáveis sobre a morte de policiais brasileiros são muito escassos. Os que existem são produzidos basicamente por entidades representativas de classes, abnegados companheiros da blogosfera policial e uns poucos jornalistas.
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Em resumo: não sabemos como, quando e onde nossos policiais estão sendo vítimas da violência, dificultando qualquer esforço de adequação dos treinamentos, estabelecimento de políticas preventivas e a consequente melhoria nas condições de trabalho.

Não gosto de buscar comparações com outros países, principalmente os EUA, em razão das peculiaridades sociais, econômicas e culturais de cada um deles, mas alguns exemplos são merecedores de citação.

Nos EUA, o FBI, quase que anualmente, realiza uma rigorosa pesquisa sobre a morte de policiais, é a LEOKA (Law Enforcement Officers Killed e Assaulted).

Com as informações obtidas por estas pesquisas, diversas políticas de proteção ao trabalho policial são criadas. Até mesmo equipamentos de proteção são desenvolvidos com base nos dados coletados. É por isso que os EUA mantêm uma média anual de 53,6 policiais mortos na última década em todo o país, enquanto o Brasil teve 95 policiais assassinados no ano de 2010 somente no Rio de Janeiro.