Por um período de oito anos exerci a função de Ajudante-de-Ordens do Vice-Governador e Governador do Estado do Ceará.
Por todo este tempo acompanhei de perto a rotina, as preocupações e os anseios destes chefes políticos.
Poucos têm a real noção da quantidade de problemas que devem ser solucionados diariamente em nosso Ceará, como também do estresse gerado por não conseguir, face à burocracia estatal, atender de maneira célere todas as suas demandas.
Como vivemos (a maioria dos leitores deste blog) quase que totalmente no clima de segurança pública, achamos que o Governador pensa o tempo todo somente nisto. Ledo engano. Há muito mais questões a serem resolvidas, tão importantes quanto a segurança pública (educação, saúde, previdência, etc.).
O ex-governador Lúcio Alcântara, vez ou outra, falava-me da total ausência de projetos viáveis oriundos dos órgãos de segurança, ou seja, nossos dirigentes ficam como Raul Seixas na música Ouro de Tolo: "...com a boca escancarada / Cheia de dentes / Esperando a morte chegar...". Acredito que o governador Cid Gomes está passando pela mesma dificuldade.
Entretanto uma coisa o governador não pode se eximir: escolher auxiliares competentes, dinâmicos, com iniciativa e comprometidos com o serviço público e a coletividade, além de exigir a elaboração e a execução de projetos modernos e viáveis, que apresentem resultados concretos na redução dos níveis de criminalidade e na melhoria das condições de trabalho dos policiais.
Muitas dificuldades pelas quais passamos hoje no sistema de segurança público é decorrente de nossa própria omissão, ou, para ser mais preciso, da apatia e falta de compromisso de nossos dirigentes.