BOAS-VINDAS

É uma grande alegria receber a sua visita. Tenho o real desejo de tornar este blog um espaço onde possamos discutir, de forma aberta e sincera, assuntos de interesse profissional para todos aqueles que participam da guerra diária contra a criminalidade e a violência.
As opiniões e comentários serão de essencial importância para o sucesso deste espaço de discussões.

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segunda-feira, 23 de março de 2009

POLÍCIA COMUNITÁRIA


Respeito e admiro a filosofia de Policiamento Comunitário, mas aquela idéia original proposta pelo Comissário Arthur Woods, em Nova Iorque à partir de 1914, que nas palavras de Skolnick e Bayley:

"A brilhante idéia por ele sugerida, expressa em uma série de conferências na Universidade de Yale, era incutir nas camadas rasas do policiamento uma percepção da importância social, da dignidade e do valor público do trabalho do policial. Ele estava convencido de que um público esclarecido beneficiaria a polícia de duas maneiras: o público ganharia um respeito maior pelo trabalho policial se os cidadãos entendessem as complexidades, as dificuldades e o significado dos deveres do policial; e, através dessa compreensão, o público estaria disposto a promover recompensas pelo desempenho policial consciente e eficaz."

No Brasil, infelizmente, pela estrutura político/administrativa que temos, além dos diversos problemas sociais que vivenciamos, não acredito no desenvolvimento sério e duradouro de projetos para a implementação da polícia comunitária.

Não há o respeito mútuo entre polícia e comunidade. Esta não compreende as complexidades do trabalho policial e aquela não tem meios de ajudar e cooperar de forma decisiva para a redução da criminalidade.

Como posso falar em polícia comunitária se a única presença do Estado, na maioria dos bairros pobres de nossas grandes cidades, é exercida pela própria polícia, tendo que realizar tanto a prevenção como a repressão? Como pode uma conversa amigável de um PM com um morador de um desses bairros inibir a propagação da violência, se não há escolas, postos de saúde, locais para a prática esportiva, cursos profissionalizantes, empregos, saneamento básico, etc.?

Será a polícia a única solução para a problemática da segurança pública no Brasil ou está servindo apenas como palanque político, apoiando-se na escalada da violência em nosso país?

Coluna É..., de Neno Cavalcante

Interessante uma sequência de notas que vêm saindo na coluna do Neno, do Jornal Diário do Nordeste. Transcrevo as últimas para sua avaliação:
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(em 18/03)
O poder da mídia é capaz de transformações incríveis. A PM tem vários supervisores de Policiamento (majores Ronaldo, Bernardo, Moisés, Frederico, Souza, Rondon e Ricardo Moura). Será que desses sete todos são omissos e só major Moura trabalha? Ou seria o contrário? Será se não há, por trás dessas inúmeras aparições televisivas, o intuito de se promover à custa do trabalho desenvolvido por terceiros? O supervisor só aparece depois que o serviço é realizado. E assim leva os créditos da ação. P.S: temos na área da Segurança várias figuras que viviam sob holofotes e, pouco tempo depois, se lançavam na carreira política.
(Paulo Lucena - Centro)
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(em 20/03)
Sendo filha de policial militar, sei bem que quem prende bandido é o soldado, o cabo e o sargento que estão diariamente na linha de frente. O major Ricardo, citado na sua coluna, só aparece para dar entrevista.
(Paula Morga Peixoto - Pici)
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(em 22/03)
A respeito do que disse a leitora Paula Peixoto, quero dizer que tenho irmão coronel da PM e não conheço o major Ricardo, mas presenciei ele prender uma quadrilha que estava assaltando em meu bairro. Quanto ao fato de conceder entrevistas, isso se deve à função que ocupa de supervisor da Capital.
(Socorro Lima - Fátima)
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(em 22/03)
Concordo com a leitora Paula Peixoto: quem prende é o soldado, o cabo e o sargento. Quando surge uma operação de sucesso, os oficiais fazem questão de serem informados e logo contatam com alguns repórteres para os devidos flashes.
(Alexandre Silva - Parquelândia)

domingo, 22 de março de 2009

SÓ UMA NOTÍCIA...

MP começa a apurar possível fraude em licitação da PM

Flaviane Paixão

O Ministério Público (MP) de Minas Gerais instaurou inquérito civil público para apurar possíveis irregularidades no processo licitatório nº 01/2007 - vencido pelo grupo Julio Simões Transportes e Serviços Ltda. -, que previu a aquisição e gestão de 831 viaturas para a Polícia Militar mineira. As investigações do MP começaram anteontem, incentivadas pela série de reportagens de O TEMPO, que denunciou um suposto envolvimento da empresa em um esquema fraudulento de licitação na Bahia. Além de ser investigada em território baiano, a Julio Simões é alvo de outras acusações em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A Promotoria de Patrimônio Público é a responsável pelo caso e iniciou diligências para investigar os envolvidos na concorrência pública mineira, que teve o resultado homologado em janeiro do ano passado. A promotoria pediu, inclusive, informações aos órgãos baianos. Participantes de audiências públicas realizadas pela PM de Minas, que preferiram manter o anonimato, declararam à reportagem que se afastaram do processo licitatório de "cartas marcadas", já que os favores para a Julio Simões tiravam a esperança de qualquer competidor. Era como se fosse "negócio de pai para filho" e não contrato comercial, revelou o entrevistado.
Na Bahia. No último dia 5, 12 pessoas foram presas em Salvador, entre elas militares e dois executivos do grupo Julio Simões. Os detidos eram acompanhados há cinco meses pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública devido à suspeita de manipulação do edital para a compra de 191 viaturas da PM baiana e pagamento de propina. O diretor do grupo Jaime Palaia Sica, em depoimento às autoridades da Bahia, teria admitido que houve fraude na licitação em Minas. "Havia uma conversa sobre essa possibilidade e, questionado, ele (Jaime Sica) confirmou que, em Minas, o processo também foi fraudado", afirmou com exclusividade o secretário de Segurança Pública da Bahia, César Nunes. Sica ainda teria revelado, em depoimento, que as tratativas para tornar a Julio Simões vencedora em território mineiro eram feitas diretamente com a Polícia Militar.
O outro executivo da Julio Simões preso durante a ação policial (William Ochiulini Laviola) estaria com R$ 26 mil, que seriam usados para pagamento da propina a policiais da PM baiana. Laviola também foi designado pelo grupo Julio Simões como responsável legal na licitação mineira. Durante a operação, batizada de Nêmesis, foram apreendidos computadores, CDs, documentos e papéis nas casas de coronéis da PM acusados de participação no esquema fraudulento e nos locais onde os executivos da Julio Simões estavam em Salvador. O material foi submetido a perícia. O contato entre a empresa e o alto escalão da PM baiana seria feito pelo lobista Gracílio Junqueira Santos. Com a confissão de Jaime Sica, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia conseguiu autorização judicial para quebra dos sigilos fiscal e bancário do diretor-presidente da Julio Simões e filho do fundador, Fernando Simões.

COBRE O SEU VOTO

Valorize o seu voto fiscalizando o trabalho dos políticos, através do Projeto Excelências do Transparência Brasil.

O projeto Excelências traz informações sobre todos os parlamentares em exercício nas Casas legislativas das esferas federal e estadual, e mais os membros das Câmaras Municipais das capitais brasileiras, num total de 2368 políticos. Os dados são extraídos de fontes públicas (as próprias Casas legislativas, o Tribunal Superior Eleitoral, tribunais estaduais e superiores, tribunais de contas e outras) e de outros projetos mantidos pela Transparência Brasil, como o Às Claras (financiamento eleitoral) e o Deu no Jornal (noticiário sobre corrupção).

É só clicar no link: http://www.excelencias.org.br/