BOAS-VINDAS

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sexta-feira, 3 de julho de 2009

HOMENAGEM AO PM DO RAIO

Este texto foi postado como comentário aqui no blog. Por sua importância, transcrevo-o a seguir.
Não vou fazer comentários hoje...a emoção é muito grande e não me deixa escrever algo sensato. Apenas quero expressar os meus sentimentos para com a família deste bravo guerreiro e para os valentes ppmm do Grupamento Raio.
"Quero aqui, em nome de todas as esposas dos Policiais Militares, fazer uma homenagem em forma de protesto ao Sd. F. Santos do Grupamento RAIO, morto ontem 02/07 em confronto com marginais no bairro Monte Castelo.
Nós esposas que sofremos com a ausência, cada vez maior, agora com esta nova escala desumana, uma ausência dolorida de quem sai de casa e não sabe se volta, de quem dá a vida em beneficio da proteção do cidadão e é tão injustiçado e pouco valorizado, tanto pela sociedade, quanto pelo poder publico, que seja na forma de um direitos humanos utilizado de forma indevida, onde o real cidadão não tem sua assistência, seja pela própria corporação que não valoriza os praças que estão na linha de frente do confronto direto, arriscando sua vida e que não é promovido em seu tempo hábil e correto, em cumprimento há legislação, mais sim quando morto em confrontoOnde o cidadão F. Santos, só para exemplificar, tinha 14 anos de serviço e era Soldado, onde a lei de promoções diz que “ ...com 8 anos de serviço tem tempo para ser habilitado a Cabo, e com 14 anos de serviço tempo para ser habilitado a Sargento....”, e o mesmo ainda era SOLDADO sem nem habilitação de Cabo, agora MORTO, provavelmente será promovido post-mortem.....Ironia ou injustiça?
Queremos a valorização de nossos esposos em vida. Será que precisamos passar por essa dor dilacerante de perdermos os nossos maridos.Será que precisa os nossos filhos ficarem órfãos para que haja um reconhecimento e uma promoção? Não queremos aqui, que os direitos humanos vá à casa do policial, não! Até mesmo porque não vai na casa de cidadão, principalmente do cidadão policial. Queremos sim, que os direitos humanos da OAB, da Assembléia e dos movimentos sociais, deixem a inércia e passem a exigir o cumprimento do acordo feito na Assembléia pelo líder do governo de que em no máximo 180 dias se apresentaria uma nova escala de trabalho para o policial e até agora com mais de ano não se cumpriu isso.
Querem resolver o problema de décadas da segurança publica, de um déficit de homens, matando os poucos que hoje fazem o serviço, haja vista, o grande desvio de função de policiais em trabalhos meramente burocráticos. Será que não pode ser visto que até mesmo ESSA MORTE pode ter tido como causa o stress, pela falta de reflexo causada pelo acumulo de cansaço de uma escala maluca, desumana e no mínimo irresponsável. Quantos ainda terão que deixar filhos e esposas órfãos para que isso se resolva?
Apelo para que falem por quem não tem voz e nem vez, porque até esse direito constitucional de se manifestar lhe é tirado, por uma hierarquia ditadora e ultrapassada. Querer comparar o serviço de quem esta na rua, em uma linha de combate, de instabilidade e em um stress constante sem saber se volta para sua família, com o serviço de quem fica atrás de um birô, protegido em seu casulo, é realmente algo irreal, irracional e desumano; atitude tomada por quem não sabe o que é viver na rua, na linha de combate, no mundo real dessa guerra civil hoje vivida em todo o Brasil.Como ficam nossas famílias onde somente temos o nosso chefe de família, o marido, o pai, o companheiro, o conselheiro e nosso rumo e porto seguro somente uma vez por semana? (e que na grande maioria ainda coincide com dia de trabalho de suas esposas e não chegam nem a se encontrarem realmente) é a falência da família. Como querer exigir humanidade de quem é tratado de forma tão desumana como se fosse máquina ou algo sem vida própria?
Fica aqui minha dor e o meu protesto, onde a única solução é continuar rezando para que meu marido a cada dia de saída para o seu trabalho possa no seu final retornar para mim e para nossos filhos, rogando a Deus que ilumine o coração de quem está agora, colocado por nós, no poder e possam realmente cumprir seu papel e defender essa classe tão oprimida e pouco valorizada."
Rejane Holanda- Esposa de um Policial Militar do Grupo RAIO

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais um companheiro que se vai. Infelizmente porque era um Grande Profissional. Não se importava se o salário é miserável. Não se importava se teria que passar 15 anos de serviço pra ser promovido a cabo. Não se esquivava nem deixava de atender ocorrências como faz outra categoria. Só queria honrar sua farda, cumprir sua missão. Tinha a estima elevada por fazer parte de um grupo especial, fez por merecer. Enchia o peito ao dizer que no seu serviço quantas armas foram ´preendidas ou quantos foram presos. Nunca quis ser herói, pois não queremos ser heróis, mas apenas profissionais reconhecidos.
No seu juramento bradou: "...mesmo com o sacrifício da prórpria vida! JURO!" Somente Jesus Cristo deu a vida por seu semelhante, e nós nunca chegaremos perto da sua bondade, mas ainda assim morremos em prol dos nossos semelhantes.
Está na hora de receber um tratamento melhor e condizente. Uma homenagem a este guerreiro seria melhorar as condições da categoria dando um salário melhor para que seus filhos tenham melhores condições de vida.

Gen. Patton