BOAS-VINDAS

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domingo, 21 de setembro de 2008

A POLÍCIA E O RONDA

Transcrevo artigo de autoria do amigo Plauto, que foi publicado no Jornal O Povo:
"O resultado da pesquisa O Povo/Data Folha aponta para os altos índices de aprovação do Projeto Ronda do Quarteirão. Porém, contrapondo a esses números, a mesma população que aprova o Ronda reprova a Polícia, haja vista que 53% dos entrevistados afirmam não confiar nessa instituição. Paradoxal o posicionamento da população quando institucionalmente Ronda e Polícia são a mesma coisa.
A atividade policial representa o uso da força da sociedade contra ela mesma, e isso é inconscientemente inaceitável, chegando a ser até embaraçoso. Coerção, controle e opressão são, sem dúvida alguma, necessários à manutenção da ordem social, mas não são atribuições agradáveis. Reconheço que ser policial não é uma profissão glamourosa ou de alto prestígio. Quantas vezes em rodas sociais me apresentei como servidor público, omitindo a função policial que exercia. Hoje, acompanho jovens policiais declarando-se, com orgulho, policiais do Ronda. Mas, sendo o Ronda Polícia, o que explicaria a aceitação de um e a negação do outro?
O Ronda como atividade policial, apresenta um tipo de ação policial que institui como base fundamental o diálogo da Polícia com a comunidade e estabelece uma relação de atenção. Nesse ponto existe uma grande diferença de atitude do modelo Ronda para o tradicional. O policial Ronda é uma mediador de conflitos sociais, o outro adotou da postura de repressor de conflitos sociais. O estigma deixado pelo tradicional modelo policial é tão forte, que a própria população tratou de “batizar” com outro nome seus novos protetores sociais.
Essa mudança de atitude da polícia é percebida claramente no novo tipo de relacionamento com a sociedade. Hoje, acompanhamos nas inocentes brincadeiras infantis de “polícia e ladrão” (onde antes as crianças escolhiam ser o ladrão), os garotos preferirem ser Polícia, e claro, do Ronda do Quarteirão.
Alguns estudiosos da Segurança Pública afirmam que estamos vivendo uma época de mudança na Polícia. Sou um pouco mais ousado nessa afirmação e creio que estamos vivendo uma mudança de época na Polícia. O modelo tradicional de policiamento nas ruas deu a sua última volta no ponteiro do tempo e não se mostrou eficaz. O modelo Ronda aponta para um policiamento de maior proximidade da Polícia com o cidadão, uma forma quase que terapêutica de fazer segurança. Descobriu-se que o policial conversa, ouve, é atencioso e até sorri.
Bem vindo o novo modelo de Polícia!"

Autor: Plauto Roberto de Lima Ferreira – Oficial da Polícia Militar do Ceará, Especialista em Prevenção da Dependência Química e Membro do Conselho de Leitores do O POVO.

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