Neste artigo, faremos uma pequena viagem no universo das pistolas policiais mais apreciadas pelos militares e agentes de segurança pública em todo o mundo. Contudo, pela extensão do conteúdo, serei obrigado a dividi-lo em várias postagens.
Em minhas pesquisas, considerando a grande variedade das pistolas encontradas e das dezenas de fabricantes existentes em todo o mundo, tomei a decisão de delimitar um pouco as características das armas que seriam aceitas como importantes para o conteúdo deste artigo. Portanto, não foram relacionadas aquelas consideradas compactas, as que possuem calibre diferente do .40" ou 9mm (exceção para a FN Five-Seven) e as que tenham capacidade de carga inferior a 10 cartuchos por carregador.
As três primeiras pistolas estudadas neste artigo terão um pouco mais de destaque, em razão de diversos fatores:
- GLOCK - Pela grande aceitação, diversidade de calibres e aplicabilidade tática. É um ícone mundial.
- CARACAL - Apesar de ainda ser desconhecida no mercado ocidental, está tendo uma grande aceitação em forças policiais de diversos países da comunidade árabe. É a grande novidade.
- FN FIVE-SEVEN - Pelas controvérsias relacionadas ao seu calibre. É o projeto mais audacioso.
GLOCK G17 / G22
Criada pelo engenheiro austríaco Gaston Glock, no início da década de 80, foi concebida para ser a pistola de dotação oficial do exército da Áustria.
Por conta de várias características inovadoras, a Glock passou a ser referência de qualidade para a grande maioria de policiais e atiradores em todo o mundo (inclusive no exigente e competitivo mercado americano), pelo menos nas primeiras duas décadas depois de seu lançamento.
Principais características das pistolas Glock:
- Armação produzida em polímero (material leve e resistente).
- Ferrolho produzido em aço carbono e com tratamento especial em Tenifer (material extremamente resistente à corrosão).
- Desenho simples em que a ergonomia se sobrepõe aos elementos estéticos.
- Sistema de segurança denominado Safe Action (extremamente seguro e confiável).
Desde a sua criação, a Glock vem passando por várias fases evolutivas, entretanto sem mudar consideravelmente o seu projeto inicial. Atualmente está ocorrendo o processo de transição da 3ª geração para a 4ª geração.
As mudanças estéticas mais significativas encontradas nas pistolas Glock de 4ª geração são:
- RTS (Rough Textured Surface) - Mudança na textura da empunhadura com o objetivo de proporcionar uma pegada mais firme e segura, mesmo nas situações mais adversas.
- MBS (Multiples Back Straps) - Sistema que possibilita uma melhor adequação da empunhadura da pistola a qualquer tamanho de mão, com a simples troca de uma placa da parte traseira do punho. Trata-se de uma tendência já adotada por outros fabricantes como H&K, Walther e Smith & Wesson.
- Aumento no tamanho do botão do retém do carregador, tornando mais fácil a sua liberação mesmo com o uso de luvas.
Na estrutura mecânica, a Glock de 4ª teve apenas uma novidade: a alteração no desenho da mola recuperadora. Esta mudança ocasionou muita polêmica, pois foram divulgados relatos de falhas de alimentação da arma, atribuídas ao novo sistema. Imediatamente a fábrica desenvolveu uma nova mola recuperadora e ofereceu um recall aos proprietários que quisessem atualizar o sistema. O principal motivo para a mudança da mola recuperadora, que evoluiu de uma mola simples para um dupla, foi diminuir a intensidade do recuo da arma após cada disparo, proporcionando um melhor tempo de recuperação das miras.
A Glock apresenta pistolas nas linha Standard, Compact, Subcompact, Subcompact Slim e Competiton. Além dos calibres: .380" Auto, 9mm, .40" S&W, 10mm Auto, .357", .45" GAP e .45" Auto.
Destaco a G17 (9mm) e a G22 (.40") como as mais apreciadas pelos agentes públicos.
A título de curiosidade, convém citar a G18. É um modelo, em calibre 9mm, que apresenta um seletor de tiro para a sua utilização no modo automático. Não é indicada para forças de segurança pública, apesar de poder ser utilizada em situações específicas por times táticos especiais e melhorada o seu desempenho com a utilização de um kit de conversão em carabina (já falei destes kits aqui no blog).
O vídeo a seguir, produzido pela BlackHawk, é meio "embusteiro" mas dá uma boa ideia do poder de fogo de uma G18.
A Glock continua sendo, quase três décadas depois de seu lançamento no mercado de armas semi-automáticas de porte, a preferida para a atividade policial em quase todo o mundo.
(Próximas pistolas: Caracal e FN Five-Seven)
Um comentário:
excelente sua explanaçao da pistola Glock e sua evoluçao tanto no grip qto no volume da empunhadura ;entre outras melhorias , mas e preciso dizer que quem operou outras pistolas importadas de qualidade nao tem essa paixao toda pela glock , minha glock deu problema de desgaste da cabeça da guia de polimero e mola com menos de 3 mil tiros ,fato este ja acontecido com outras pistolas glock ; tanto que mandei fazer uma guia de aço inox , mas ainda continuo achando uma otima arma , assim como seu blog ; que traz otimas explicaçoes tecnicas , parabens .Sgt Elcio Dax.
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