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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

TIRO POLICIAL


Venho desenvolvendo há algum tempo, mais intensamente nos últimos dois anos, um novo método de treinamento em Tiro Policial. Esta nova metodologia, profundamente influenciada por 21 anos de experiência profissional (16 deles como instrutor de Tiro Policial), alicerça-se em conhecimentos científicos amparados pela psicologia e fisiologia dos seres humanos, mais notadamente nos temas: medo, estresse de combate e fisiologia do enfrentamento.

No Brasil, há pelo menos uma década, os instrutores de Tiro Policial vêm desenvolvendo consciência de que é extremamente importante tentar aproximar os treinamentos da realidade enfrentada pelos policiais em situações de confrontos armados, entretanto, apesar da boa vontade em desenvolver técnicas que possibilitem o encurtamento da distância entre estande e as ruas (treinamento x realidade), o desconhecimento científico sobre as respostas automáticas fornecidas pelo corpo humano perante as situações de risco impossibilita o desenvolvimento de métodos de treinamentos realísticos.

Podemos afirmar que no Brasil, somando-se as forças federais e estaduais, facilmente encontramos centenas de policiais que atuam, mesmo que esporadicamente, como instrutores de Tiro Policial. Uma boa parte destes desenvolvem exclusivamente funções administrativas ou de ensino, enquanto um percentual mais reduzido está prioritariamente nas ações operacionais, predominando o que costumo denominar de experiência de estande, contrapondo-se, em muitos aspectos, à experiência obtida no dia-a-dia dos enfrentamentos reais (experiência prática).

Observando as ilustrações abaixo, verificamos que a grande diferença entre o treinamento tradiconal e o novo método (treinamento adaptado) está na complexidade empregada. Enquanto o tradicional distancia-se da realidade por apresentar uma infinidade de técnicas e táticas, muitas conflitantes entre sí, e a quase total ausência de métodos; o outro, baseando-se nos estudos da fisiologia e no empirismo profissional, tem a simplicidade dos procedimentos como a "peça chave" da eficiência e eficácia na utilização das armas de fogo.


(Continua...)

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