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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ASSASSINATOS NA GRANDE FORTALEZA

O Jornal Diário do Nordeste, em sua edição de hoje, publica importante artigo, assinado pelo jornalista Fernando Ribeiro, que tem como tema o aumento no número de assassinatos na Grande Fortaleza. Foram 181 homicídios somente no mês de outubro, resultando em um total de 1.488 nos dez primeiros meses do ano, contra 1.166 em igual período de 2009 (27,6% de aumento).

A mesma matéria destaca a implantação da Divisão de Homicídios recentemente, deixando claro que esta especializada irá sofrer muita pressão e cobranças por resultados.

"Nem mesmo a recente implantação da Divisão de Homicídios, em Fortaleza, foi suficiente para frear a sanha dos criminosos."

Verificando as condições em que estas pessoas foram assassinadas, observamos que a maioria dos casos estão ligados à execuções sumárias (o próprio jornal insinua isso). Diante del, facilmente a polícia constata que a vítima, em quase todos os casos, já apresenta antecedentes criminais.
O Instituto de Pós-Graduação de Estudos Internacionais e Desenvolvimento em Genebra, desde 1999 realiza um projeto de pesquisa denominado Levantamento de Armas Leves, que é apoiado pelo Departamento Federal de Relações Exteriores da Suiça e é mantido por contribuições dos Governos do Canadá, Finlândia, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia e Reino Unido. Pelo referido estudo chegou-se à conclusão de que a quantidade de armas nas mãos de civis e de gangues é superior, no mínimo, 25 vezes ao quantitativo de armas leves nas organizações policiais de todo o mundo ( o Brasil foi um dos países com destaque nesta pesquisa).


Os crimes de execução, que têm sido os principais responsáveis pelo aumento nos índices estatísticos, apesar de serem de difícil elucidação, pela predominância da "lei do silêncio", é facilmente vinculado ao problema do tráfico de drogas e à atuação de grupos que fazem às vezes do estado na segurança. Os antigos vigias noturnos agora evoluiram para grupos organizados e armados, normalmente utilizando-se de motocicletas para as suas rondas, com atuação predominantemente na periferia e em bairros com altos índices de violência e criminalidade; sendo comum a prática de extorsões contra comerciantes e setores mais vulneráveis da comunidade. Nas palavras do Dr. José Maria Nóbrega Jr., Doutor em Ciência Política da UFPE:

"A chamada 'turma do apito' ou milicianos que, para garantir uma pseudo-segurança à população, promovem uma série de ilegalidades incluindo aí o extermínio de pessoas 'indesejáveis' aquela comunidade ou devedoras de empresários, comerciantes e traficantes de drogas."

Por esta rápida análise, arrisco-me a afirmar que esperar simplesmente pela atuação da Divisão de Homicídios e do policiamento ostensivo para tentar conter o aumento na quantidade de assassinatos é a pior e menos acertada das estratégias.

Considerando a facilidade para a obtenção de armas de fogo, a atuação de pequenas milícias nos bairros mais carentes e o crescente e desenfreado aumento no tráfico de drogas, caso uma política de segurança pública mais promissora não seja adotada, teremos um obscuro futuro pela frente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa escalada de crimes é algo que a Polícia Civil não vai resolver com a Divisão de Homicídios, porque quem trabalha realmente e se expõe diariamente é a PM. A Polícia Civil é, perante toda a sociedade um órgão de faz de conta, coisa que pode ser facilmente comprovada por qualquer pesquisa de botequim. Qual a imagem que vc tem da PC?. preparem-se para as respostas impublicáveis. A valorização da PM salvará o povo dessa guerra silenciosa e anunciada, a intensificação das abordagens por PMs motivados e a coleta e busca de dados no local de crime e o seu subsequente encaminhamento, farão reduzir esse tipo de crime. Aí sim , com um PC que se interesse em atender ao povo e não a determinados setores da sociedade os dados serão devidamente analisados e confrontados para o alcance da verdade real.

Cap PM Colares disse...

O índice de homicídios no estado de São Paulo é 8,8homicídios/100.000 habitantes, taxa menor do que a ONU recomenda,e nem precisou mudar o uniforme da PM, colocar as praças para usarem divisas no ombro, atrasar as promoções, colocar a filosofia de polícia Comunitária acima da Técnica Policial Militar, inventar idéias mirabolantes para a Segurança Pública como AS ESTRELAS DA PAZ.
" SOMENTE OS MORTOS VERÃO O FIM DA GUERRA"