BOAS-VINDAS

É uma grande alegria receber a sua visita. Tenho o real desejo de tornar este blog um espaço onde possamos discutir, de forma aberta e sincera, assuntos de interesse profissional para todos aqueles que participam da guerra diária contra a criminalidade e a violência.
As opiniões e comentários serão de essencial importância para o sucesso deste espaço de discussões.

OS ARTIGOS PUBLICADOS PODEM SER COPIADOS, DESDE QUE CITADA A FONTE

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


SOBREVIVÊNCIA POLICIAL: o estabelecimento de uma doutrina de treinamento alicerçada na Fisiologia do Enfrentamento Armado

 Desde sempre, uma grande dificuldade da capacitação policial tem sido, e será, conseguir a fusão dos conceitos teóricos transmitidos pelos professores, no âmbito acadêmico, com as práticas das intervenções policiais sob a responsabilidade dos instrutores, nas condições mais próximas da realidade cotidiana. Esta situação se manifesta de forma mais cruel na formação básica inicial por carência de experiência pessoal prévia, por parte dos instruendos, que lhes permita possuir parâmetros comparativos e poder visualizar a importância de um conhecimento que abarque tanto os aspectos legais como os protocolos de atuação operacional, atualizados com as novas técnicas que são utilizadas no mundo, depois de previamente adaptadas às condições de nosso meio. Nossa responsabilidade como formadores dos homens e mulheres que farão parte das instituições de segurança pública de nosso estado é conseguir que nossos jovens compreendam a imperiosa necessidade do conhecimento totalizador, articulando de forma harmônica e indissolúvel todas as disciplinas que enriquecem a formação de um funcionário encarregado de fazer cumprir a lei. Nossa pesquisa traz à tona um novo conhecimento científico que, com os estudos de Fromm (1975), Grossman (2000), Epstein (1998) e Siddle (1995), passou a ser denominado de Fisiologia do Enfrentamento Armado e foi direcionado para entender as reações fisiológicas e psicológicas do policial em situações onde ele esteja correndo o iminente risco de ser assassinado ou de sofrer graves ferimentos, principalmente nos enfrentamentos armados em curtas distâncias. Com isto, tentamos vislumbrar a possibilidade de aliar os conhecimentos empíricos aplicados nos treinamentos policiais práticos, principalmente nas disciplinas de Tiro Policial Defensivo e Técnica Policial, aos direcionamentos científicos da Fisiologia do Enfrentamento Armado, com o objetivo primordial de diminuir a lacuna existente entre treinamento prático e realidade da atividade operacional policial. A análise realizada aponta para a necessidade de mudanças na atual sistemática de treinamentos práticos vivenciados na formação policial.

(Resumo da monografia apresentada no Mestrado do Curso Superior de Segurança Pública)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013



Estou de volta às publicações no nosso blog Sobrevivência Policial informando sobre a publicação da 2ª edição do livro Tiro Policial e Armas de Fogo.

Aguardem novidades!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

OPERAÇÕES ESPECIAIS / PÓS-GRADUAÇÃO

Excelente iniciativa do CATI. Como sempre, partindo na frente no que se refere a treinamento policial.


sábado, 10 de março de 2012

PISTOLAS DE USO POLICIAL - Parte 2

CARACAL F


Pistola produzida nos Emirados Árabes e projetada pelo austríaco Wilhelm Bubits, está há muito pouco tempo no mercado, aproximadamente 4 anos, mas já foi o suficiente para ganhar muitos admiradores, principalmente em diversos países da comunidade árabe. É adotada como pistola de dotação oficial pelas Forças Armadas dos Emirados Árabes, bem como das forças de ordem de países como Bahrein, Dubai e Abu Dhabi.

A Caracal tem uma armação produzida em polímero, entretanto apresenta um ferrolho considerado muito pesado. Sua estética é similar à Steyr M9, mas com um mecanismo interno idêntico à Glock, principalmente pela utilização do sistema Safe Action.


Tem um sistema de miras muito simples baseado em dois pontos de fibra óptica, que se alinham com muita facilidade graças a um baixo perfil de sua armação. Apresenta-se em calibre 9mm e com carregador para 18 cartuchos na versão Caracal F (Full Size).


A Caracal também apresenta um inovador sistema de segurança contra utilização indevida, principalmente por crianças, denominado Key Lock System e fornecido como acessório opcional. Trata-se de um objeto que ao ser introduzido no alojamento do carregador pode ser travado com a utilização de uma chave própria, impedindo a introdução de um carregador com munição.



FN FIVE-SEVEN


Lançada oficialmente no mercado pela empresa belga FN Herstal, há cerca de 10 anos, a pistola FN Five-Seven, concebida no desconhecido calibre 5,7 x 28mm, era a principal promessa de uma nova tendência para este tipo de arma, mas, pela dificuldade na obtenção de sua munição, não obteve o sucesso esperado, tendo sido rapidamente superada por outras pistolas de propostas mais comerciais.

Os principais pontos positivos da FN Five-Seven são:
  • Armação construída em polímero.
  • Cano fabricado com cromo endurecido, que impede qualquer tipo de corrosão e oferece uma maior resistência e durabilidade (garantia para 20.000 disparos).
  • Bom controle de seu recuo.
  • Boa capacidade de carga (até 20 cartuchos).
  • Elevado poder de penetração de sua munição, podendo superar, dependendo do tipo de projétil utilizado, coletes balísticos até o nível IIIA (a 50 metros).
  • Alça de mira com regulagem manual de altura.

Atualmente é comercializada em 4 versões diferentes:
  • DAO - Modelo standard com funcionamento somente em dupla ação.
  • TACTICAL - Dispõem de um sistema de dupla e simples ação e trava manual (o modelo standard não apresenta trava).
  • IOM (Individual Officers Model) - Diferencia da Tactical por apresentar um trilho tático e sistema de alça de mira ajustável.
  • USG (United States Goverrnment) - Similar a IOM, mas com um gatilho diferente e uma empunhadura melhorada.
Sua utilização na atividade policial gerou muita controvérsia, em razão do alto poder de penetração de sua munição, mas mesmo assim foi adotada oficialmente pelo GIGN francês.


A FN Herstal, adequando-se melhor ao mercado mundial, lançou diversos outros modelos de pistolas para uso policial, tais como: FNP-9, FNP-40, FNX-9 e FNX-40.



sábado, 11 de fevereiro de 2012

PISTOLAS DE USO POLICIAL - Parte 1

Neste artigo, faremos uma pequena viagem no universo das pistolas policiais mais apreciadas pelos militares e agentes de segurança pública em todo o mundo. Contudo, pela extensão do conteúdo, serei obrigado a dividi-lo em várias postagens.

Em minhas pesquisas, considerando a grande variedade das pistolas encontradas e das dezenas de fabricantes existentes em todo o mundo, tomei a decisão de delimitar um pouco as características das armas que seriam aceitas como importantes para o conteúdo deste artigo. Portanto, não foram relacionadas aquelas consideradas compactas, as que possuem calibre diferente do .40" ou 9mm (exceção para a FN Five-Seven) e as que tenham capacidade de carga inferior a 10 cartuchos por carregador.

As três primeiras pistolas estudadas neste artigo terão um pouco mais de destaque, em razão de diversos fatores:
  • GLOCK - Pela grande aceitação, diversidade de calibres e aplicabilidade tática. É um ícone mundial.
  • CARACAL - Apesar de ainda ser desconhecida no mercado ocidental, está tendo uma grande aceitação em forças policiais de diversos países da comunidade árabe. É a grande novidade.
  • FN FIVE-SEVEN - Pelas controvérsias relacionadas ao seu calibre. É o projeto mais audacioso.

GLOCK G17 / G22


Criada pelo engenheiro austríaco Gaston Glock, no início da década de 80, foi concebida para ser a pistola de dotação oficial do exército da Áustria.

Por conta de várias características inovadoras, a Glock passou a ser referência de qualidade para a grande maioria de policiais e atiradores em todo o mundo (inclusive no exigente e competitivo mercado americano), pelo menos nas primeiras duas décadas depois de seu lançamento.

Principais características das pistolas Glock:
  • Armação produzida em polímero (material leve e resistente).
  • Ferrolho produzido em aço carbono e com tratamento especial em Tenifer (material extremamente resistente à corrosão).
  • Desenho simples em que a ergonomia se sobrepõe aos elementos estéticos.
  • Sistema de segurança denominado Safe Action (extremamente seguro e confiável).
Desde a sua criação, a Glock vem passando por várias fases evolutivas, entretanto sem mudar consideravelmente o seu projeto inicial. Atualmente está ocorrendo o processo de transição da 3ª geração para a 4ª geração.


As mudanças estéticas mais significativas encontradas nas pistolas Glock de 4ª geração são:
  • RTS (Rough Textured Surface) - Mudança na textura da empunhadura com o objetivo de proporcionar uma pegada mais firme e segura, mesmo nas situações mais adversas.
  • MBS (Multiples Back Straps) - Sistema que possibilita uma melhor adequação da empunhadura da pistola a qualquer tamanho de mão, com a simples troca de uma placa da parte traseira do punho. Trata-se de uma tendência já adotada por outros fabricantes como H&K, Walther e Smith & Wesson.
  • Aumento no tamanho do botão do retém do carregador, tornando mais fácil a sua liberação mesmo com o uso de luvas.
Na estrutura mecânica, a Glock de 4ª teve apenas uma novidade: a alteração no desenho da mola recuperadora. Esta mudança ocasionou muita polêmica, pois foram divulgados relatos de falhas de alimentação da arma, atribuídas ao novo sistema. Imediatamente a fábrica desenvolveu uma nova mola recuperadora e ofereceu um recall aos proprietários que quisessem atualizar o sistema. O principal motivo para a mudança da mola recuperadora, que evoluiu de uma mola simples para um dupla, foi diminuir a intensidade do recuo da arma após cada disparo, proporcionando um melhor tempo de recuperação das miras.

A Glock apresenta pistolas nas linha Standard, Compact, Subcompact, Subcompact Slim e Competiton. Além dos calibres: .380" Auto, 9mm, .40" S&W, 10mm Auto, .357", .45" GAP e .45" Auto.

Destaco a G17 (9mm) e a G22 (.40") como as mais apreciadas pelos agentes públicos.

A título de curiosidade, convém citar a G18. É um modelo, em calibre 9mm, que apresenta um seletor de tiro para a sua utilização no modo automático. Não é indicada para forças de segurança pública, apesar de poder ser utilizada em situações específicas por times táticos especiais e melhorada o seu desempenho com a utilização de um kit de conversão em carabina (já falei destes kits aqui no blog).

O vídeo a seguir, produzido pela BlackHawk, é meio "embusteiro" mas dá uma boa ideia do poder de fogo de uma G18.


A Glock continua sendo, quase três décadas depois de seu lançamento no mercado de armas semi-automáticas de porte, a preferida para a atividade policial em quase todo o mundo.

(Próximas pistolas: Caracal e FN Five-Seven)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

LANÇAMENTO EM 2012


Tendo em vista que a Polícia Militar do Ceará não oferece qualquer apoio que facilite a publicação de algum livro técnico, as pesquisas só deverão estar concluídas perto do final do primeiro semestre de 2012.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NOVO MÉTODO DE TREINAMENTO DE TIRO POLICIAL


FISIOLOGIA DO ENFRENTAMENTO ARMADO

Não é mais novidade que venho desenvolvendo um novo método de treinamento de tiro policial com base em estudos científicos da Fisiologia do Enfrentamento Armado. Já divulguei este tema nas redes sociais e aqui no Sobrevivência Policial. Por conta disto, algumas pessoas estão querendo saber detalhes sobre a Fisiologia do Enfrentamento Armado e sobre o método de treinamento.

Minha proposta inicial seria a de tornar público o novo método de treinamento de tiro policial por ocasião do lançamento do meu próximo livro, prevista para o início de 2012, mas, em decorrência das inúmeras solicitações, divulgarei pequenos resumos sobre o tema, pois estou terminando todos os detalhes técnicos para o pedido de patente do método.

O QUE É?

Diz respeito ao estudo das alterações fisiológicas experimentadas por uma pessoa em situações de perigo, mais notadamente nas ocorrências de enfrentamento armado, onde há o risco de morte ou ferimento grave.

PARA QUE SERVE?

Essencial para orientar e direcionar um novo método de treinamento de tiro policial, quebrando os paradigmas dos treinamentos tradicionais que costumam afastar-se da realidade de um enfrentamento armado em situações limites.

EM QUE CONSISTE ESSE NOVO MÉTODO?

Os treinamentos, estruturados com base nos estudos da Fisiologia do Enfrentamento Armado, aproximam-se ao máximo da realidade dos confrontos, sempre levando em consideração que a simplicidade nos procedimentos é a “peça chave” para a drástica diminuição nos riscos de morte ou ferimentos graves a que poderão ficar expostos os policiais e/ou pessoas inocentes. Alicerça-se em dois pilares básicos: ciência e empirismo. O primeiro fornece o entendimento científico necessário para prever o comportamento humano em situações limites, e o segundo dá a capacidade de alinhar adequadamente as técnicas e táticas do treinamento de tiro policial com a realidade das ruas.

QUAIS SÃO AS BASES TEÓRICAS?

  • Rex Applegate - EUA
  • Bruce Siddle - EUA
  • Ernesto Perez – ESPANHA
  • Estudos científicos sobre o medo
  • Estudos científicos sobre o estresse traumático

TREINAMENTO TRADICIONAL



TREINAMENTO PROPOSTO



ESTRESSE DE COMBATE
 
O estresse relacionado aos enfrentamentos armados tem fatores atuando antes (se não for uma agressão de extrema surpresa), durante e depois.

FOCO DO MÉTODO – Durante as situações de risco.

FATOR PSICOLÓGICO – Controla o medo.
Quando o policial se sente preparado para as situações de enfrentamento, mantém certo grau de controle da situação e é capaz de oferecer respostas mais apropriadas para a situação hostil.

FATOR FISIOLÓGICO – Não tem controle.
Ante uma situação hostil, o corpo humano produzirá uma série de reações automáticas.

CONCLUSÃO
Como não tenho controle sobre as mudanças fisiológicas observáveis em situações de enfrentamento armado, devo adequar o meu treinamento para se compatibilizar com a minha temporária limitação orgânica.


TABELA COMPARATIVA

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